sábado, 15 de dezembro de 2012

IRREVERÊNCIA

Se já me falha a oração
cai sobre mim todo verbo,
sujeito composto no pretérito
sempre mais-que-imperfeito
rumo ao futuro interrogativo.

Pronomes muito indefinidos
para minhas [val]orações:
alguém, ninguém, tudo ou nada,
tanto, quanto, todo e cada.
Cada um, cada qual,
tanto faz quem quer que seja?
Já há o bastante em minha mesa?
Até que ponto todo aquele
descarta tudo o mais?

Pudera eu ser mais exato,
um pouco mais preciso
e tanto menos chato.
Se houvessem menos possibilidades,
nenhum limite ou nem tanto querer,
dilemas fáceis de verdade,
formulas simples de resolver.

Mas ainda que fosse todo problema
equação simples de 1º grau,
não seria a variante invariável
na margem de erro calculável
da propaganda eleitoral.

Quando o desiderato está de junto
estar contido não me agrada,
caso o valor seja a raiz quadrada
que me enquadra no conjunto.

Se a convenção não me convence
como me deixar resignar?

Não será toda essa certeza
mais um valor conformado?
Como acertar o resultado
se não há razão entre as grandezas?

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