quarta-feira, 25 de abril de 2018

FANATISMO


Carlos perde a cabeça na Bretanha.
Cai Bastilha, cai monarquia, cai a cabeça do rei francês.
Afinal, o sangue de Nicolau também não era azul.
Em terras tupiniquins Pedro, o segundo, sai de mala e cuia.
Cai, cai, cai... mas novos ídolos são erguidos no lugar.
O profano se torna divino, quem mais colocaremos no altar?
Zumbi, Deodoro, Tiradentes, Castelo Branco, Chê Guevara, Ustra, Mariguela, Vargas, Moro e Lula lá...

Vão os anéis, ficam os dedos... alheios...
Continuamos depositando nosso destino nas mãos de quem segura nossa rédea.
Enquanto rola a batalha cósmica dos deuses, os fieis ainda lutam contra o banal.
O pão tá caro e o tempo apertado, mas compramos uma briga que não é nossa. Que desperdício...
Os inimigos não se mostram. Se vestem de azul ou de vermelho, mas também brigam entre si. Deu ruim na cúpula.
Pra que tomar partido dessa disputa pelo trono?
Tanto faz se o rei é destro ou canhoto, desde que os súditos continuem olhando pro céu em busca de novos ídolos.
Enquanto isso, não olham pra baixo e deixam de enxergar seu único deus verdadeiro: a si mesmos.

Quanto mal o fanatismo faz...

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